SAUDAÇÕES!

A cada dia vemos a necessidade de ajudar o planeta de alguma forma. Enquanto algumas entidades discutem em congressos mundiais, podemos, em nossa própria casa, bairro, cidade ou região, ir dando um apoio também.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL é uma forma de atingir metas. Através dela podemos levar conhecimentos e dinâmicas para diversas pessoas, inclusive as crianças, que são solos férteis para o cultivo dessa idéia e também nunca esquecendo dos adultos.
Hoje estou mostrando um pouco de tudo que há de belo e diferente no mundo. A função do "ZooTerra" é emergir novidades. Quem sabe você, ou seu próprio filho, não desperte uma vontade de estudar tal bicho futuramente e contribuir para o mundo?
Por isso tudo, lanço uma pergunta: O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO PARA SALVAR O MUNDO?

terça-feira, 9 de março de 2010

QUEM CASA QUER CASA


O dito popular é bem real mesmo: quem casa quer casa. Mas como isso funciona?
Um ninho é uma estrutura construída pelas aves e alguns outros animais para ali porem os ovos e fornecerem proteção aos recém-nascidos.
Os ninhos das aves são em geral construídos com pequenos ramos, ervas ou outros materiais, muitas vezes "atapetados" com penas macias do seu próprio corpo ou de outras espécies. O ninho do joão-de-barro é dentro da 'casa' de barro que ele constrói. A maioria das aves constrói os ninhos nas árvores ou arbustos, mas outras como algumas águias e muitas aves aquáticas constroem-nos em zonas rochosas.

Muitos peixes, principalmente de água doce, constroem também ninhos, cavando o fundo do rio ou lago e adornando-o com pequenas pedras.
O ninho é uma estrutura onde, tanto as crias como os próprios progenitores, se encontram mais protegidos dos predadores.
Cada grupo tem um padrão distinto para os seus ninhos.


NIDIFICAÇÃO

A nidificação é uma atividade instintiva das aves. Na maioria aparece numa época específica do ano, mas há exceções.
Nidificação compreende o período que vai desde a reprodução até a construção de ninhos, postura e criação dos filhotes. É nesta época que as aves estão mais ativas, cantam mais, defendem seu território, podem ser melhor visualizadas e apresentam coloração mais atraentes nas plumagens.


NIDÍFUGAS

Estas aves abandonam o ninho muito cedo, ou seja, são mais independentes dos pais. Nascem e assim que abrem os olhos já são capazes de seguir os pais a procura de alimento. Exemplo: codornas, gansos, emas, galináceos, pavão, etc.


NIDÍCOLAS

Aves que necessitam de cuidados permanentes dos pais, pois sem esta atenção especial, morreriam de fome. Exemplo: Aves de rapina, pardal, canário, atobá, kea, fradinho, pomba, beija-flor, garça, sabiá, etc.


NINHOS DAS AVES


Flamingo-chileno (Phoenicopterus chilensis)

Seu ninho é feito de barro e pedaços de grama e gravetos. Para estimular a reprodução é necessária a presença de uma grande colônia, pois isto os mantém mais protegidos e se sentem a vontade para o sucesso reprodutivo.


Falcão-peregrino (Falco peregrinus)
Diferente de outras aves, o falcão-peregrino não constrói o ninho com galhos, folhas e penas e, sim, em algum rochedo alto e provido de uma superfície plana para seus filhotes não caírem.


Águia-calva (Haliaeetus leucocephalus)

Algumas águias usam o mesmo ninho durante anos, e assim ele fica cada vez maior, já que sempre o retoca a cada período reprodutivo. Houve um caso de um ninho com 2,8 m de largura por 6 m de altura e calculava-se em torno de 2 a 3 toneladas.


Ema (Rhea americana)
O macho é o único responsável pela incubação dos ovos. Após limpar uma pequena área no solo ele corteja várias fêmeas que acabam botando seus ovos no ninho dele.


Pingüim-imperador (Aptenodytes forsteri)
Cada casal cuida apenas de um ovo, que é incubado numa prega do abdome e colocado sobre as patas, de modo a ficar protegido do solo gelado da Antártida.


Cegonha-branca (Ciconia ciconia)
Construído no alto, protegido de predadores terrestres, seu ninho é um amontoado de galhos que vai aumentando a cada período reprodutivo. No fundo é utilizado um material mais macio como folhas, penas e gravetos.


Coruja-das-neves (Bubo scandiaca)

Ao contrário do que possa parecer, nem todas as corujas fazem ninhos em ocos de árvore. A coruja-das-neves é uma espécie que constrói seu ninho no chão. Os predadores não chegam perto, pois o macho fica constantemente defendendo o ninho.


Cabeça-de-martelo (Scopus umbretta)
Ninho com 2 m de diâmetro é construído na bifurcação do tronco das árvores. É feito de palha, ramos secos e folhas, unidos com lama. Sua abertura tem somente 15 cm de diâmetro.


Calao (Buceros bicornis)
O Calao possui uma forma peculiar de construir sua família: após o acasalamento, o macho, ajuda a fêmea a fechar a entrada do ninho (feito no oco de uma árvore) com uma mistura de excrementos e lama. Ela fica lá dentro por cerca de 40 dias e nesse tempo o macho a alimenta constantemente por um orifício que permite só a passagem do bico.


Uria (Uria aalge)

Fazem os ninhos, amontoando-se nas estreitas beiradas de rochedos sobre o mar. Choca apenas um ovo de cada vez, segurando-o entre os pés e cobrindo-o com o peito.

Curutié (Certhiaxis cinnamomeus)
Constrói seu ninho (feito de gravetos), em pequenas moitas próximas à ambientes aquáticos. O ninho é preso em forquilhas e galhos laterais, com o interior na forma de uma garrafa deitada.


Pica-pau-verde-barrado (Colaptes melanochloros)

O macho constrói o ninho em uma árvore, de preferência morta, onde a madeira é mais macia. A câmara incubatória é forrada por pequenos pedaços de madeira, produzidos durante a construção do ninho. Dois a quatro ovos brancos e brilhantes são postos, ambos os pais revezando-se na incubação

Arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus)

Faz ninho em buritizeiros e outras árvores ocas, mas em 95% dos casos, utiliza uma única árvore, o manduvi (Sterculia apetala), uma árvore de madeira macia, na qual as araras podem abrir cavidades onde fazer as “camas” para a cópula e a postura dos ovos. As camas são feitas com lascas da própria árvore, que elas retiram com os fortes bicos.


Tecelão-de-costa-dourada (Ploceus jacksoni)

Pássaro gregário costuma construir seu ninho em acácias. Utiliza longas folhas de gramíneas e fibras que vai entrelaçando até formar uma pequena bola. Após construção, o macho fica cantando e chamando as fêmeas para inspecionar seu ninho. Caso seja um bom construtor será pai de vários filhotes.


Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura)


O ninho, em forma de tigela, é assentado numa forquilha de arbusto ou árvore, a cerca de 2 a 3 metros do solo. O material utilizado é composto por fibras vegetais incluindo painas, musgos e líquens, aderidos com teias. Somente a fêmea incuba os ovos e constrói o ninho.


Bacurau (Nyctidromus albicollis)
A fêmea deposita seus 2 ovos amarelo-avermelhados manchados de marrom no chão, e os choca sozinha. Como substrato usa as próprias folhas que servem de camuflagem.


Trinta-réis-das-rocas (Sterna fuscata)
Põe um ovo diretamente sobre a rocha. Aninha em colônias de milhares de aves.


João-de-barro (Furnarius rufus)

Constrói o ninho mais resistente. Não utiliza o mesmo ninho por duas estações seguidas. Seu ninho, após abandonado, serve de ninho para outras espécies, como o canário-da-terra (Sicalis flaveola), tuim (Forpus xanthopterigyus) e outros.


Faisão-australiano (Leipoa aocellata)

O curioso nesta família, Megapodiidae, é o fato de serem as únicas aves que não chocam os ovos. Estes são postos pela fêmea em ninhos enormes, feitos de ramos, folhas e ervas, e depois cobertos com areia fofa. Sob o sol, isso funciona como uma incubadora.

Durante os dias de verão, o macho protege os ovos do calor excessivo cobrindo o monte com areia; de noite, ele remove a areia, permitindo assim a dispersão do calor acumulado. No outono, o processo se inverte.

Em cativeiro

O zoológico existe por algumas finalidades: educação, conservação, lazer e pesquisa. Mas, para ser mantida uma excelência no trabalho é preciso dedicação em todos os sentidos. Animais presos também necessitam de cuidados, tanto quanto aqueles de vida livre. Há momentos onde será necessário o biólogo intervir e dar algumas soluções para o desenvolvimento destas espécies, como por exemplo, a confecção de ninhos artificiais para que possa procriar normalmente.

iguras: A e B para patos que fazem ninho próximo da água, mas protegido dela; Em C são postos em alturas elevadas para que determinadas espécies possam voar até lá. Se isso não for feito a espécie não se reproduz adequadamente.

D- em cone, para promover proteção maior; E- galhos, gravetos, fibras, palha, são colocadas para o casal em um ponto do recinto. Se isso não estimular o casal a confeccionar o ninho, o biólogo terá que intervir montando um ninho ele mesmo.
F- Para algumas espécies é importante ter um longo corredor que desemboca numa câmara escura e bem espaçosa.

G- Certos periquitos não aceitam bem caixas de madeira. Nesse caso, um pedaço de tronco entalhado já é o suficiente para estimular a reprodução. Para isso, escolha uma madeira macia e inicie a escavação do ninho. O resto deixe para o casal terminar.

A bióloga Neiva Guedes (www.projetoararaazul.org.br) faz um excelente trabalho para a conservação das espécies ainda em vida livre. Graças a sua dedicação o número de araras vem aumentando na região do Pantanal.



Felizmente, muitas pessoas têm a visão ambiental e ajudam de todas as formas a fauna. Colocar ninhos artificiais (foto abaixo) é sempre muito bem vindo, mas para as espécies que utilizam ocos como tal. E as espécies que constroem ninhos abertos? Só mesmo as árvores e, com o desmatamento, queimadas e crescimento acelerado do homem fica mais difícil manter essa biodiversidade natural.

Portanto, fazer germinar mais sementes de árvores vem se mostrando uma boa alternativa para a fauna e também para o controle do gás carbônico, já que os vegetais utilizam muito esse produto na sua formação.


Ninhos diferentes

Com o avanço da sociedade para as áreas de mata o homem acaba expulsando as espécies para outros locais. Porém, há aqueles cosmopolitas, que se mantém por perto das cidades tornando-a seu habitat, ou seja, vivem bem ali e podem se alimentar e reproduzir como se fosse à natureza. É o caso de pardais, bico-de-lacre, periquitos, garças e de muitas pombas.

Um caso em especial foi de uma pomba Asa-branca (Patagioenas picazuro) que se instalou em uma área de construção, em Atibaia/SP. Na falta de material adequado para a confecção de seu ninho, os gravetos convencionais foram substituídos por arames e fios telefônicos. O resultado foi este:


Não podemos ficar questionando a presença dos animais nas cidades. Uma boa parte deles irão se instalar nos mais improváveis lugares e ali estabelecer sua vida:


Predadores

O ninho deve ser a fortaleza de um animal. Não somente utilizado para a reprodução como também para o repouso e segurança contra predadores. Mesmo com tantos cuidados o ninho pode ser atacado e perder toda a prole que ali se encontra.



Desperte sua curiosidade e pesquise mais sobre esses magníficos animais!



Abraços!


Fontes:

ANDRADE, M.A. 1993. A vida das aves: introdução à biologia e conservação. Ed. Lítera Maciel, Belo-Horizonte/MG, pág. 57-64.

STORER, T.I.; USINGER, R.L; STEBBINS, R.C.; NYBAKKEN, J.W. 2000. Zoologia Geral. Cia. Ed. Nacional, pág. 684-686.
SICK, H. 1986. Ornitologia Brasileira: Uma introdução. Ed. Universidade de Brasília, pág. 60-64

Revista Aviornis Internacional, Dezembro 2004 - nº 78, pág. 28-40.

Revista Aviornis Internacional, Agosto 2006 - nº 88, pág. 20-24.

Guia ilustrado O MUNDO DOS ANIMAIS – Aves I, II e III

Guia ilustrado OS BICHOS – Águias; Aves de rapina; Patos, gansos e cisnes

http://w3.impa.br/~luis/fotos/0811_aves/index-jb.html

http://fottus.com/animais/ninhos-de-passaros/

http://www.ecologia.info/aves-de-rapina.htm

http://www.projetoararaazul.org.br

http://www.wikiaves.com.br

http://www.wikipedia.com

2 comentários:

Profª Sirley disse...

Oi, gostei de tudo que lí aqui. Parabéns!
Na verdade o que procuro são algumas imagens do interior das casas das corujas, pois sou professora, e aqui, onde trabalho, existe um buraco no chão onde uma família delas se abriga. Os alunos não as deixam em paz e a todo momento tenho que intervir para que não destruam o ninho delas. Se por acaso vc tiver algum material ou puder me indicar ficarei grata.

Danianderson Carvalho disse...

Olá Sirley!

Olha, infelizmente não tenho estas imagens que procura. Mas adianto que, no caso de suas corujas, a Coruja-buraqueira (Athene cunicularia), a base do ninho é repleta de fezes, ressecadas ou não, dos filhotes. Com o tempo vai aparecendo moscas e larvas que acabam servindo de alimento pra elas próprias. Algums corujas que constroem ninho em árvores acontece o mesmo, porém, elas caçam Cobra-cega (Amphisbaena sp) e jogam no ninho para que estas se alimentem destas larvas que causariam danos aos filhotes. Geralmente as corujas não constroem ninhos como outras aves, com galhos, folhas e penas, mas existe algumas que se apropriam de ninhos já formados de gaviões, águias ou que ainda dão uma retocada levando alguns galhos.
Abraços!