O dito popular é bem real mesmo: quem casa quer casa. Mas como isso funciona?
Um ninho é uma estrutura construída pelas aves e alguns outros animais para ali porem os ovos e fornecerem proteção aos recém-nascidos.
Os ninhos das aves são em geral construídos com pequenos ramos, ervas ou outros materiais, muitas vezes "atapetados" com penas macias do seu próprio corpo ou de outras espécies. O ninho do joão-de-barro é dentro da 'casa' de barro que ele constrói. A maioria das aves constrói os ninhos nas árvores ou arbustos, mas outras como algumas águias e muitas aves aquáticas constroem-nos em zonas rochosas.
Muitos peixes, principalmente de água doce, constroem também ninhos, cavando o fundo do rio ou lago e adornando-o com pequenas pedras.
O ninho é uma estrutura onde, tanto as crias como os próprios progenitores, se encontram mais protegidos dos predadores.
Cada grupo tem um padrão distinto para os seus ninhos.
NIDIFICAÇÃO
A nidificação é uma atividade instintiva das aves. Na maioria aparece numa época específica do ano, mas há exceções.
Nidificação compreende o período que vai desde a reprodução até a construção de ninhos, postura e criação dos filhotes. É nesta época que as aves estão mais ativas, cantam mais, defendem seu território, podem ser melhor visualizadas e apresentam coloração mais atraentes nas plumagens.
NIDÍFUGAS
Estas aves abandonam o ninho muito cedo, ou seja, são mais independentes dos pais. Nascem e assim que abrem os olhos já são capazes de seguir os pais a procura de alimento. Exemplo: codornas, gansos, emas, galináceos, pavão, etc.
NIDÍCOLAS
Aves que necessitam de cuidados permanentes dos pais, pois sem esta atenção especial, morreriam de fome. Exemplo: Aves de rapina, pardal, canário, atobá, kea, fradinho, pomba, beija-flor, garça, sabiá, etc.
NINHOS DAS AVES
Flamingo-chileno (Phoenicopterus chilensis)
Seu ninho é feito de barro e pedaços de grama e gravetos. Para estimular a reprodução é necessária a presença de uma grande colônia, pois isto os mantém mais protegidos e se sentem a vontade para o sucesso reprodutivo.
Falcão-peregrino (Falco peregrinus)
Águia-calva (Haliaeetus leucocephalus)
Ema (Rhea americana)
Pingüim-imperador (Aptenodytes forsteri)Cada casal cuida apenas de um ovo, que é incubado numa prega do abdome e colocado sobre as patas, de modo a ficar protegido do solo gelado da Antártida.
Cegonha-branca (Ciconia ciconia)
Coruja-das-neves (Bubo scandiaca)
Ao contrário do que possa parecer, nem todas as corujas fazem ninhos em ocos de árvore. A coruja-das-neves é uma espécie que constrói seu ninho no chão. Os predadores não chegam perto, pois o macho fica constantemente defendendo o ninho.
Cabeça-de-martelo (Scopus umbretta)
Calao (Buceros bicornis)
Uria (Uria aalge)
Fazem os ninhos, amontoando-se nas estreitas beiradas de rochedos sobre o mar. Choca apenas um ovo de cada vez, segurando-o entre os pés e cobrindo-o com o peito.
Faz ninho em buritizeiros e outras árvores ocas, mas em 95% dos casos, utiliza uma única árvore, o manduvi (Sterculia apetala), uma árvore de madeira macia, na qual as araras podem abrir cavidades onde fazer as “camas” para a cópula e a postura dos ovos. As camas são feitas com lascas da própria árvore, que elas retiram com os fortes bicos.
Tecelão-de-costa-dourada (Ploceus jacksoni)
Pássaro gregário costuma construir seu ninho em acácias. Utiliza longas folhas de gramíneas e fibras que vai entrelaçando até formar uma pequena bola. Após construção, o macho fica cantando e chamando as fêmeas para inspecionar seu ninho. Caso seja um bom construtor será pai de vários filhotes.
Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura)
O ninho, em forma de tigela, é assentado numa forquilha de arbusto ou árvore, a cerca de 2 a 3 metros do solo. O material utilizado é composto por fibras vegetais incluindo painas, musgos e líquens, aderidos com teias. Somente a fêmea incuba os ovos e constrói o ninho.
João-de-barro (Furnarius rufus)
O curioso nesta família, Megapodiidae, é o fato de serem as únicas aves que não chocam os ovos. Estes são postos pela fêmea em ninhos enormes, feitos de ramos, folhas e ervas, e depois cobertos com areia fofa. Sob o sol, isso funciona como uma incubadora.
Em cativeiro
O zoológico existe por algumas finalidades: educação, conservação, lazer e pesquisa. Mas, para ser mantida uma excelência no trabalho é preciso dedicação em todos os sentidos. Animais presos também necessitam de cuidados, tanto quanto aqueles de vida livre. Há momentos onde será necessário o biólogo intervir e dar algumas soluções para o desenvolvimento destas espécies, como por exemplo, a confecção de ninhos artificiais para que possa procriar normalmente.
iguras: A e B para patos que fazem ninho próximo da água, mas protegido dela; Em C são postos em alturas elevadas para que determinadas espécies possam voar até lá. Se isso não for feito a espécie não se reproduz adequadamente.
A bióloga Neiva Guedes (www.projetoararaazul.org.br) faz um excelente trabalho para a conservação das espécies ainda em vida livre. Graças a sua dedicação o número de araras vem aumentando na região do Pantanal.
Ninhos diferentes
Com o avanço da sociedade para as áreas de mata o homem acaba expulsando as espécies para outros locais. Porém, há aqueles cosmopolitas, que se mantém por perto das cidades tornando-a seu habitat, ou seja, vivem bem ali e podem se alimentar e reproduzir como se fosse à natureza. É o caso de pardais, bico-de-lacre, periquitos, garças e de muitas pombas.
Um caso em especial foi de uma pomba Asa-branca (Patagioenas picazuro) que se instalou em uma área de construção, em Atibaia/SP. Na falta de material adequado para a confecção de seu ninho, os gravetos convencionais foram substituídos por arames e fios telefônicos. O resultado foi este:
Predadores
O ninho deve ser a fortaleza de um animal. Não somente utilizado para a reprodução como também para o repouso e segurança contra predadores. Mesmo com tantos cuidados o ninho pode ser atacado e perder toda a prole que ali se encontra.
Desperte sua curiosidade e pesquise mais sobre esses magníficos animais!
Abraços!
Fontes:
ANDRADE, M.A. 1993. A vida das aves: introdução à biologia e conservação. Ed. Lítera Maciel, Belo-Horizonte/MG, pág. 57-64.
STORER, T.I.; USINGER, R.L; STEBBINS, R.C.; NYBAKKEN, J.W. 2000. Zoologia Geral. Cia. Ed. Nacional, pág. 684-686.
SICK, H. 1986. Ornitologia Brasileira: Uma introdução. Ed. Universidade de Brasília, pág. 60-64
Revista Aviornis Internacional, Dezembro 2004 - nº 78, pág. 28-40.
Revista Aviornis Internacional, Agosto 2006 - nº 88, pág. 20-24.
Guia ilustrado O MUNDO DOS ANIMAIS – Aves I, II e III
Guia ilustrado OS BICHOS – Águias; Aves de rapina; Patos, gansos e cisnes
http://w3.impa.br/~luis/fotos/0811_aves/index-jb.html
http://fottus.com/animais/ninhos-de-passaros/
http://www.ecologia.info/aves-de-rapina.htm
http://www.projetoararaazul.org.br
http://www.wikiaves.com.br
http://www.wikipedia.com
2 comentários:
Oi, gostei de tudo que lí aqui. Parabéns!
Na verdade o que procuro são algumas imagens do interior das casas das corujas, pois sou professora, e aqui, onde trabalho, existe um buraco no chão onde uma família delas se abriga. Os alunos não as deixam em paz e a todo momento tenho que intervir para que não destruam o ninho delas. Se por acaso vc tiver algum material ou puder me indicar ficarei grata.
Olá Sirley!
Olha, infelizmente não tenho estas imagens que procura. Mas adianto que, no caso de suas corujas, a Coruja-buraqueira (Athene cunicularia), a base do ninho é repleta de fezes, ressecadas ou não, dos filhotes. Com o tempo vai aparecendo moscas e larvas que acabam servindo de alimento pra elas próprias. Algums corujas que constroem ninho em árvores acontece o mesmo, porém, elas caçam Cobra-cega (Amphisbaena sp) e jogam no ninho para que estas se alimentem destas larvas que causariam danos aos filhotes. Geralmente as corujas não constroem ninhos como outras aves, com galhos, folhas e penas, mas existe algumas que se apropriam de ninhos já formados de gaviões, águias ou que ainda dão uma retocada levando alguns galhos.
Abraços!
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